ATA DA QUARTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 25-3-2009.
Aos vinte e cinco dias do mês de março do ano de
dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quarenta e dois
minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana
Brizola, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a existência de
quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores DJ Cassiá, Elias
Vidal, Emerson Dutra, João Antonio Dib, Luciano Marcantônio, Lúcio Barcelos,
Mario Manfro, Maristela Maffei, Nilo Santos, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein.
Em PAUTA,
Discussão Preliminar, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 001/09, discutido pelos Vereadores Dr.
Thiago Duarte,
Reginaldo Pujol , Nelcir Tessaro, Alceu Brasinha e Adeli Sell. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº
009/09, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria da Vereadora Juliana
Brizola, Presidenta da Comissão Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e
Segurança Urbana, solicitando autorização para representação externa deste
Legislativo para os Vereadores Adeli Sell, Ervino Besson, Juliana Brizola,
Marcello Chiodo, Pedro Ruas e Toni Proença, no dia de hoje, em audiência da
CEDECONDH com o Senhor Prefeito Municipal, para tratar de problemas enfrentados
pela comunidade da Vila Chocolatão, às dezesseis horas, no Paço Municipal.
Após, o Senhor Presidente informou que a Vereadora Maria Celeste também representará
externamente este Legislativo na audiência com o Senhor Prefeito Municipal,
acima referida. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores
Airto Ferronato e Lucio Barcelos. Em continuidade, por solicitação do Vereador
Ervino Besson, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
Senhor Roque Antônio Ames, falecido no dia de ontem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se a Vereadora Maristela Maffei e o Vereador Luiz Braz. A seguir,
foi apregoado o Ofício nº 209/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre,
em aditamento ao Ofício nº 172/09, apregoado no dia dezoito de março do
corrente, informando que o retorno da viagem efetuada por Sua Excelência ao Município
do Rio de Janeiro ocorreu no dia vinte e dois de março do corrente, às treze
horas e trinta minutos. Também, o Senhor Presidente comunicou o recebimento de
Requerimento de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo e da Vereadora Maria
Celeste, solicitando a criação de Comissão Especial nesta Casa, destinada a
debater e apresentar sugestões de aprimoramento da legislação municipal
relativa aos Conselhos Tutelares. Em prosseguimento, foram apregoadas a Emenda
nº 02, de autoria do Vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PMDB, ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 247/05 (Processo nº 5138/05); a Emenda nº 04,
de autoria do Vereador Ervino Besson, Líder da Bancada do PDT, e a Subemenda nº
01, de autoria do Vereador Ervino Besson, à Emenda nº 02, aposta ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 211/08 (Processo nº 5002/08). Ainda, constatada a existência
de quórum deliberativo, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de autoria
do Vereador Ervino Besson, solicitando que a Emenda nº 04 e a Subemenda nº 01 à
Emenda nº 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, fossem
dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes; de autoria do Vereador
Haroldo de Souza, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão do
Projeto de Lei do Legislativo nº 247/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
os Vereadores Haroldo de Souza, DJ Cassiá, Luciano Marcantônio e Reginaldo
Pujol e a Vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição,
pronunciou-se o Vereador Lucio Barcelos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se
o Vereador Waldir Canal. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Vereador Emerson Dutra, que se pronunciou nos termos do § 8º do
artigo 12 do Regimento. Também, constatada a existência de quórum deliberativo,
foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo,
solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 248/07
(Processo nº 7928/07). Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença,
neste Plenário, dos Vereadores Antonio Devair Rodrigues Moreira e Adão Santana,
da Câmara Municipal de São Gabriel – RS. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, esteve o
Projeto de Lei do Legislativo nº 084/06, o qual, após ser discutido pelos
Vereadores Aldacir
José Oliboni e Reginaldo Pujol, teve sua discussão adiada por uma
Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Aldacir José
Oliboni. Após, por solicitação do Vereador Reginaldo Pujol, foi realizada
verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em Votação, esteve o Projeto
de Lei do Legislativo nº 163/04, com Substitutivo nº 01 e Emendas nos
01 e 02 ao Substitutivo nº 01, tendo sido encaminhado à votação pelos
Vereadores Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein. Foi votada a Emenda nº 01 ao
Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 163/04, a qual obteve
quinze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Reginaldo Pujol, tendo votado Não os Vereadores Airto Ferronato, DJ Cassiá, Dr.
Raul, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Pancinha,
Luciano Marcantônio, Mario Manfro, Maristela Maffei, Nelcir Tessaro, Nilo
Santos, Reginaldo Pujol, Valter Nagelstein e Waldir Canal e optado pela
Abstenção o Vereador Sebastião Melo, votação esta declarada nula pelo Senhor
Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Ainda, os
Vereadores Mauro Pinheiro e Valter Nagelstein manifestaram-se acerca do
pronunciamento efetuado pelo Vereador Valter Nagelstein, no encaminhamento à
votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 163/04. Também, em face de Questão
de Ordem formulada pelo Vereador Dr. Thiago Duarte, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca do artigo 179 do Regimento, referente à ordem de votação
de matérias pelos Senhores Vereadores. Às dezesseis horas e cinquenta e
cinco minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelo
Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, estão abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0596/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/09, de autoria do
Ver. Engenheiro Comassetto e outros, que altera as Subunidades 01 e 05 na
Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 10 da Macrozona (MZ) 7, cria e institui
como Área Especial de Interesse Social I (AEIS I) a Subunidade 10 da UEU 10 da
MZ 7, define o regime urbanístico dessa Subunidade, altera o § 1º do art. 1º da
Lei Complementar nº 462, de 18 de janeiro de 2001 – que dispõe sobre a
construção de novas lojas de varejo de gêneros alimentícios (supermercados e
hipermercados) em Porto Alegre –, alterada pela Lei Complementar nº 523, de
dois de maio de 2005, excepcionando as Subunidades 01 e 03 da UEU 10 da MZ 7 da
proibição de construção de que trata o “caput” desse artigo, e dá outras
providências.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos o
Requerimento da Verª Juliana Brizola, cujo teor é o seguinte (Lê.): “Tendo em
vista a audiência desta Comissão com o Sr. Prefeito Municipal no dia 25 de
março, às 16 horas, na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, encaminhamos o
presente com vistas à representação externa deste Legislativo pelos Vereadores
Juliana Brizola (Presidente); Toni Proença (Vice-Presidente); Adeli Sell,
Ervino Besson, Marcello Chiodo e Pedro Ruas [que, neste momento, está
representado pelo Ver. Lucio Barcelos], integrantes da Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, para tratar da Vila
Chocolatão.”
A Verª
Maria Celeste também estará acompanhando a Comissão por ter sido autora do
Requerimento.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
(O
Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)
A
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através do seu comandante maior, o
Prefeito Municipal, criou - e acertadamente, no meu ponto de vista - uma
Secretaria que trata de assuntos da Copa do Mundo 2014; indicou e nomeou
Secretário o Vice-Prefeito de Porto Alegre dessa Secretaria da Copa do Mundo.
Porto Alegre sediará também, sim, uma chave da Copa do Mundo, o que é
extremamente relevante para a Cidade. Ora, se o Governo Municipal cria uma
Secretaria Municipal da Copa do Mundo, nós, na Câmara de Vereadores, estamos
propondo a constituição de uma Comissão Especial para tratar do tema Copa
do Mundo, e a proposta diz que essa Comissão será instalada em 1º de janeiro de
2010. Por que isso? Pela característica, pelo que estamos vivendo em 2009 na
Câmara e na Cidade.
Porto Alegre, agora, em 2009, trará à Câmara
Municipal a análise e a votação do Plano Plurianual de Investimentos, que é um
plano do Executivo para quatro anos. Nós, na Câmara Municipal, estamos agora
também tratando do Plano de Desenvolvimento, e encerraremos essas discussões,
meu caro Ver. DJ Cassiá, agora, em 2009. Como são planos de longo prazo da
Cidade, a partir de 2010 constituiremos uma Comissão que tratará do tema Copa
do Mundo. Além da relevância política e social que tem esse evento, nós temos a
questão econômica, pois Porto Alegre receberá bilhões de reais em
investimentos.
Então, eu quero dizer ao Ver. Ervino Besson, meu
particularíssimo amigo, que, na verdade, este tema é, sim, fundamental. Além
disso, o próprio Governo cria a Secretaria da Copa do Mundo, mesmo tendo a
Secretaria de Esportes, o que eu acho positivo. E, aqui na Câmara, o que
acontece? A Copa do Mundo vai envolver CEDECONDH, CECE, CEFOR - da qual sou
Presidente -; todas as Comissões da Casa estarão envolvidas no tema Copa do
Mundo, e essa Comissão será a grande aglutinadora de todos os pensamentos - o
próprio Ver. Dr. Raul falou isso. Então, eu acredito que ela é importante no
sentido de criar um instrumento, na Câmara, que poderá, inclusive, auxiliar
todas as Comissões, facilitando as tratativas desta questão que é,
inegavelmente, de suma importância para a Cidade.
Pedi este tempo de Liderança exatamente para tratar
disso e gostaria bastante de ouvir os Vereadores em aparte, mas não é possível,
pois estou em Liderança. Quero dizer da importância que é esse tema;
praticamente todos os Vereadores já assinaram esta nossa proposição, e aqueles
que ainda não a assinaram, eu gostaria que assinassem conosco. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Lucio
Barcelos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUCIO BARCELOS: Meus
cumprimentos ao Ver. Adeli Sell, que está presidindo os trabalhos; aos demais
Vereadores e Vereadoras e ao público presente nesta Sessão. Eu vou utilizar o
espaço de Comunicação de Líder para tratar de um assunto que considero da maior
relevância não só para a população de Porto Alegre, mas para toda a população
do Estado e do País inteiro, que diz respeito à questão que afeta uma grande
quantidade de jovens da nossa sociedade que hoje são usuários de drogas e,
basicamente, usuários de crack.
Temos
hoje, no Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, uma epidemia que se
configura quantitativamente: cerca de 50, 60 mil jovens são usuários de crack.
O crack, como todos os senhores sabem, é uma droga que reduz,
basicamente, a duração de vida dos seus usuários, porque é uma droga feita do
resto de outras drogas, é uma droga extremamente ofensiva, e a sobrevivência
dos cidadãos, dos jovens que usam essa droga, é extremamente curta. O uso
intensivo dessa droga se dá porque, sendo ela o resto de outras drogas,
torna-se uma droga extremamente barata, de fácil acesso, e o seu efeito é de
curta duração. Então, as pessoas são obrigadas a usá-la de uma forma intensiva,
e isso cria um problema social extremamente grave. E o nosso sistema de saúde,
infelizmente, se mostra totalmente insuficiente para resolver os problemas dos
usuários dessa droga. Não só em Porto Alegre, mas também nos demais Municípios
do Estado, existe uma insuficiência de leitos especializados para tratar desse
problema. Não que esse seja um problema de nível hospitalar, de nível
ambulatorial ou, especificamente, da área de assistência à saúde; evidentemente
esse é um problema que diz respeito à forma como está organizada a sociedade,
diz respeito à forma como, hoje, a sociedade se constitui: a violência geral...
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vou assegurar
o seu tempo. Vou pedir silêncio. Há pessoas falando fora do plenário, e o Ver.
Lucio Barcelos não está conseguindo falar. Por favor. Pode continuar, Vereador.
O SR. LUCIO BARCELOS: Obrigado,
Presidente. Nós dizíamos que esse não é um problema especificamente de
assistência à saúde, é um problema que diz respeito à forma como está
organizada a sociedade, é um problema de violência, é um problema de
desemprego, que está crescendo muito, é um problema de falta de perspectiva da
sociedade em geral.
Então, essa forma de desestruturação da sociedade é
que leva um setor imenso da nossa juventude ao uso de drogas; e não é só da
nossa juventude, mas, notadamente, da juventude, que não consegue um emprego,
uma educação de boa qualidade, não consegue acesso ao lazer, ao esporte. Então,
essa falta de perspectiva é que leva esses jovens a serem usuários de drogas, e
a sociedade a essa situação de calamidade pública.
Eu gostaria de encaminhar uma reunião na nossa
Comissão de Saúde, da qual o Ver. Carlos Todeschini é Presidente, chamando os
Conselhos, o Conselho Municipal, os Conselhos Distritais de Saúde, onde
pautaremos essa discussão para atualizar e debater esse problema que considero
um dos mais graves da atualidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra para um Requerimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, eu gostaria que V. Exª colocasse à apreciação do Plenário um minuto
de silêncio ao Sr. Roque Ames, um cidadão, um líder da comunidade de
Teresópolis, pelo seu trabalho, pela sua história junto à comunidade, junto à
Igreja N. Sª da Saúde, junto ao Grupo da Terceira Idade. Em toda essa sua
trajetória, ele fez muito pela comunidade; então, nada mais justo que esta
Câmara preste esta homenagem ao Sr. Roque Ames, que nos deixou, mas que deixou
um trabalho extraordinário que será lembrado por muitos e muitos anos por
aquela comunidade lá de Teresópolis.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Despacho, de pronto, um minuto de silêncio por essa liderança comunitária.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; senhoras e senhores, quero continuar, Sr. Presidente, o assunto que
V. Exª pautou no início da sua fala. Eu também já teci alguns comentários, mas
quero aprofundar um pouco esse diálogo com a população.
Uma
parte dos Vereadores - e não por culpa individual, enfim - tem um pouco mais de
dificuldade de divulgar para a sociedade o seu trabalho, o trabalho que
realiza, os Projetos que aqui são protocolados, que são aprovados. E o que mais
me impressiona é que segmentos da imprensa preocupam-se em observar como os
Vereadores sentam, se portam aqui dentro deste espaço - inclusive como as
Vereadoras se vestem -, mas não se preocupam com o teor do seu trabalho, com a
sua organicidade como intelectuais orgânicos, com os Projetos de Lei. Por
exemplo: eu fui autora, nesta Capital, do primeiro Projeto sobre a rotulação
dos transgênicos, que, claro, depois, como é um Projeto que estava inserido na
Constituição Federal, sofreu uma ADIn, e hoje nós temos um projeto nacional.
Outro Projeto em discussão nesta Casa é a questão da substituição das sacolas
plásticas. Fizemos um grande seminário no ano passado, e eu não me lembro de
esse jornal que se referiu à Câmara ter falado nisso! Eu não vou dar o nome do
jornal, porque, como o jornal não citou o meu nome e nem o nome de alguns
Vereadores, também não vou fazer propaganda, até porque não o recomendo.
E
o que nós percebemos? Há um atraso conceitual muito grande, Ver. Adeli Sell; um
dos traços teóricos que busquei, elaborações conceituais, enfim, sobre essa
questão, definem a época moderna como uma época em que as fronteiras entre a
alma e o corpo se atenuaram. Muitos dos nossos contemporâneos que não
acreditavam na questão da alma, hoje buscam, na Psicologia e na Biologia, um
entendimento melhor.
Eu
lembro Platão, por exemplo, que não aceitava a questão da unificação do corpo e
da alma, porque o amor e o erotismo, no olhar de Platão, tinham funções
diferenciadas. O amor cristalizava o casamento, na época, e também a
procriação; o chamado “erotismo” discutia a questão do corpo, porque, para ele,
a alma calava, e o corpo não pensava. Hoje em dia, com o avanço da Biologia, o
corpo fala, e a alma também tem o seu papel, a sua função. Portanto, senhoras e
senhores, na medida em que a alma e o corpo estão integrados no nosso conceito,
forma-se o sujeito, um sujeito pensante.
A
mulher, até há pouco tempo, era considerada, por várias instituições, um ser
sem alma, não podia votar. Então a situação, hoje, em relação a isso, deve
ofender ou incomodar alguns segmentos, e não sabemos bem se há uma diferença
conceitual em relação à elaboração de determinadas mulheres ou se há algum
outro problema biológico, porque, se o problema está em se reparar na questão
da vestimenta, deveriam trazer uma proposta para o Presidente, para a Mesa.
Agora, utilizarem-se disso para banalizar e não observar os outros conceitos, o
trabalho que é desenvolvido pela maioria dos Vereadores, é uma desqualificação
desses elementos, o que, sob o meu ponto de vista, é uma pequenez e também a
morte da filosofia, da participação, conceito no qual a mulher estabelece um
corte de gênero e também tem a sua função e o seu papel.
Eu
chamo a atenção para o fato de que me assusta - mesmo sendo o jornal que
escreveu - haver ainda esse olhar em relação a essa preocupação em vez de uma
maior atenção ao que nós fazemos, com o que nós, realmente, estamos dispostos e
contribuir para a nossa Cidade; afinal de contas, nós somos eleitos, e nem por
isso perdemos a ternura por, às vezes, Ver. Adeli Sell, termos que ser mais
duros na tribuna, no nosso conceito, no nosso ponto de vista. Não perdemos a
ternura, não estamos muito preocupados - eu tenho a certeza de que a sociedade
também não está - em relação à vestimenta, ao material, ao mecanismo de que o
Vereador se utiliza para poder entrar em contato com o seu eleitor e com a
sociedade de Porto Alegre; deveriam se preocupar em dar mais atenção a esses detalhes,
e não a outros que não dizem respeito à sociedade, que nem está preocupada com
isso e que também não é tão retrógrada quanto, infelizmente, o autor daquele
pobre conceito e elaboração que eu não chamo de jornalismo. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores;
senhoras e senhores, existem alguns políticos, inclusive alguns desta Casa, que
costumam fazer um tipo de trabalho nocivo à sociedade. Esses políticos
continuam invadindo escolas de 1º Grau, falando com crianças de oito a dez anos
de idade e tentando convencer essas crianças a terem um posicionamento partidário.
E, com esse objetivo, invadiram a Escola Estadual Padre Rambo - devem ter sido
autorizados pela diretora e por alguns professores que agiram de maneira
equivocada, porque, afinal de contas, os professores têm que zelar, cuidar para
que o ensino seja ministrado, a fim de que essas crianças possam ter a sua
própria consciência e não sejam utilizadas como massa de manobra como muitas
vezes acontece. Essas pessoas tentaram convencer - e por isso a indignação de
algumas mães de alunos que me procuraram - essas crianças de que elas deveriam
se ausentar da aula, se ausentar da escola para participar de uma passeata
contra a Governadora do Estado.
Ora,
não é assim que se age, não é assim que se faz - isso é covardia! Usar crianças
dessa forma é covardia! Que se coloque na cabeça de um jovem já com capacidade
de voto, com mais de 16 anos, essa necessidade de ele participar de debates ou
de passeatas, tudo bem; agora, que se vá falar com crianças, que não têm
capacidade ainda de discernimento, para que pintem a cara e saiam à rua com a
finalidade de mostrar protesto contra a Governadora Yeda Crusius?! Isso é um
ato covarde! Quem faz isso não merece, de forma nenhuma, mandato político.
Infelizmente, havia alguns Vereadores presentes naquele ato. Pessoas assim não
merecem mandato, porque são pessoas covardes, usam as crianças.
O
que nós temos obrigação de fazer é tentar melhorar o ensino, tentar reforçar
essas escolas, para que os professores tenham toda a capacidade e condição de
passar às crianças aquilo que é indispensável para a sua formação, e não
destruir essas crianças, não usar essas crianças em benefício próprio.
Olha,
não é a primeira vez que isso acontece. Há determinados Partidos políticos que
se colocam na extrema-esquerda e que têm sido useiros e vezeiros em fazer
exatamente atos assim. Entram nas escolas, carregam essas crianças, que não
podem ainda discernir, pintam as suas caras e dizem: “Agora os ‘caras-pintadas’
estão de volta”.
Ah,
meu Deus do céu! Nem mesmo naquele ato que derrubou o Collor de Mello, aqueles
jovens que estavam na rua tinham consciência daquilo que estavam fazendo. Eu
via, na passeata aqui, muito álcool sendo distribuído aos jovens, infelizmente,
que saíam às ruas simplesmente para poder se divertir e “se livrar”, muitas
vezes, da escola.
Nós
temos uma obrigação, como representantes da sociedade, de tentar fazer com que
essas escolas se transformem em boas escolas, em locais onde as crianças possam
realmente progredir, onde a formação dessas crianças possa ser feita com
firmeza. Mas nós nos transformaremos em covardes se nós simplesmente usarmos
essas crianças para atingir os nossos próprios objetivos políticos, assim como
está acontecendo com algumas pessoas aqui desta Casa.
Eu
não vou citar nomes, porque acredito que as pessoas sempre podem se corrigir.
Acho que é sempre tempo de se corrigir, mas quero que essas pessoas saibam que
eu estou indignado, e acho que esse ato covarde, se continuar assim da forma
como está, vai merecer, pelo menos de minha parte, uma ação muito firme, para
que essas crianças não sejam mais usadas da forma covarde como estão no
momento.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos
o aditamento ao Ofício nº 172/09, de autoria do o Sr. Prefeito Municipal,
comunicando que o seu retorno deu-se no dia 22 do corrente, às 13h30min, e não
como constou no mencionado Ofício.
Comunico
que o Ver. Bernardino Vendruscolo e a Verª Maria Celeste pedem a constituição
de uma Comissão Especial destinada a debater e a apresentar sugestões de
aprimoramento à legislação municipal desta Capital relativa aos Conselhos
Tutelares.
Apregoamos
a Emenda nº 02, ao PLL nº 247/05, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
dispõe sobre a instalação de banheiros químicos nos pontos de táxis do
Município. Acrescenta art. 2° ao Projeto, que diz: “O custo de locação dos
banheiros químicos poderá advir de peças publicitárias inseridas nos mesmos.”
Apregoamos
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver.
Ervino Besson, que insere § único ao art. 2º, em que resguarda a readequação do
equilíbrio econômico-financeiro dos contratos em vigência, ao Projeto que trata
das cooperativas de trabalho e que está em tramitação nesta Casa.
Apregoamos
a Emenda nº 04, ao PLL nº 211/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
acrescenta art. 3º-C, fazendo constar que o valor da remuneração recebida pelo
trabalhador das empresas referidas no § único do art. 1º não pode ser inferior
ao piso de sua respectiva categoria ou semelhante, no caso das cooperativas de
trabalho.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Ervino Besson, que solicita a
dispensa do envio da Emenda nº 04 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº
211/08 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que solicita o
adiamento da discussão do PLL nº 247/05 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente Adeli Sell; amigos Vereadores e Vereadoras; pessoas que aqui se
encontram, o negócio na mídia está centrando! Com denúncias, se entra na mídia;
mas agora estão usando outros meios como os que o Ver. Luiz Braz acabou de
focalizar aqui e que eu focalizarei também.
Eu
só quero falar rapidamente sobre a coluna da Deputada Federal Luciana Genro, no
jornal Zero Hora de hoje, página 17, em que ela chama a Governadora Yeda Crusius
de ladra. Atingimos esse ponto. Está escrito na coluna da Deputada Federal
Luciana Genro, abertamente, claramente: “É preciso prender os ladrões”.
Esclarecimento
para a sociedade: eu acho que agora está na hora da D. Yeda reagir, pedir ao
Presidente da República; pedir ao Ministro da Justiça; pedir ao Papa, ao Padre,
ou ao Bispo, a quem interessar possa, Ver. DJ Cassiá, para abrir esse negócio
que está numa redoma, numa caixa-preta engraçadíssima. A Governadora Yeda
Crusius tem a obrigação de reagir ao ser acusada de ladra! Chegamos a esse
ponto, camarada Toni Proença!
Eu
fui eleito com 6.375 votos para ser Vereador em Porto Alegre e estou
estranhando a oposição do Ver. Pedro Ruas, um dos mais votados nas últimas
eleições, com mais de 13 mil votos. Ele pediu licença aqui na Casa, por dois ou
três dias, para tratar de busca de novas pistas. Mudou de profissão; está
deixando de ser Vereador para se transformar em investigador de polícia! Nada
contra, cada um faz a política do jeito que entende que deve fazer. Agora, a
responsabilidade desta Casa também precisa ser respondida pelo Ver. Pedro Ruas.
Eu estou torcendo, de coração - e quem me conhece sabe como eu sou, ou seja,
transparente o máximo possível -, que o Ver. Pedro Ruas tenha pelo menos alguma
prova a respeito das acusações feitas - nada contra a Governadora -, porque, do
contrário, eu, dos 36 presentes aqui, não vou pagar para ver a sociedade
cobrando, nos inúmeros e-mails que
chegam ao meu gabinete, com frases mais ou menos assim, e prestem atenção, por
favor: “Todos os políticos deveriam saber que eles têm famílias - esposa,
filhos, filhas, genros, noras, netos, netas -, e que é muito tênue a diferença
entre estar vivo e estar morto. Eles devem saber que são homens públicos e
estão no alvo de muitas coisas que eles não sabem”.
Prestaram
atenção? A profundidade! Isso é motivado pelo quê? Por denúncias. A sociedade
começa a reagir, sim, Ver. Luiz Braz, a partir do instante, na denúncia que eu
tenho, de que a Verª Fernanda Melchionna teria ido à Escola Estadual Padre
Rambo e, de megafone, induzido alunos: “Os caras-pintadas estão de volta!” Mas
o que é? Vão querer bagunçar o País mais do que ele está? Mas com que direito?
O Ver. Pedro Ruas tem direito de pedir licença, não ganhar os dias que não está
trabalhando. Tudo bem, cada um faz a sua política, mas não pedir licença para
tratar de interesses particulares e ir a uma escola e deixar lá escrito (Lê.):
“Caros colegas, o ônibus estará em frente à escola para irmos ao ato às
7h30min. No final do ato, o ônibus trará todos de volta à escola, às 12 horas.
Trazer apitos, instrumentos musicais e afins para fazermos barulho. Trazer
documento de identificação. Não se esqueçam de trazer autorizações assinadas
para sair da escola. Não deixem de ir, a aula vai ser na rua”.
Espera
aí, mas como é que se vai tirar um aluno da escola, ex-Secretária de Educação,
competentíssima Verª Sofia Cavedon, para ir num movimento contra a Governadora
ou contra quem quer que seja? Mas como vão tirar o aluno da sala de aula se nós
estamos batalhando para colocar o aluno dentro da sala de aula?
Eu
recebi a informação de que a Verª Fernanda Melchionna teria ido lá convocar
essas crianças para fazer o movimento na rua. O que a Verª Fernanda Melchionna
está pensando a respeito da história da Câmara Municipal de Porto Alegre?
Numa
boa! Eu não vou pagar para ver se essas acusações realmente não forem
comprovadas. Não merecem continuar com o mandato nesta Casa, porque não é assim
que se faz política. E quando atinge a nossa juventude, as nossas crianças,
podem ter absoluta certeza de que “o bicho pega”, e como pega! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. DJ Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; demais presentes nesta
Casa, primeiro, eu quero pegar um gancho do pronunciamento da Verª Maristela,
que usou o tempo de Liderança do PCdoB, minha colega, e quero aqui,
rapidamente, também deixar uma mensagem a alguns jornalistas. Quero dizer a
eles que, no dia 1º de janeiro, nós tomamos posse aqui; a Casa não entrou em
recesso, nem o Plenário todo. Eu estou aqui desde o dia 1º de janeiro - fiquei
na Comissão Representativa -, participo de três Comissões nesta Casa, não falto
e fico do começo ao fim. Esses jornalistas deveriam também percorrer algumas
Comissões para ver do que se trata lá dentro das Comissões, o tipo de assunto
de que tratamos dentro das Comissões, e divulgar também. Mas, tudo bem.
Há
outra questão: quero dizer que talvez eu faça parte daqueles que têm o
português errado e equivocado. O meu português talvez seja errado - ele não
falou o meu nome, mas eu quero me incluir -, mas eu falo a língua do povo! Eu
falo a língua da maioria, me orgulho por ter chegado aqui nesta Casa, senhor
jornalista! Não cheguei por diploma; cheguei por reconhecimento!
Reconhecimento! É só um recado a esses... a esse jornalista. Só isso.
Agora,
Ver. Lucio, o senhor levantou uma questão que realmente vem preocupando a
sociedade e até mesmo este colega aqui, que, como Suplente na outra
Legislatura, também levantou: a questão do crack.
O
crack hoje, infelizmente, Ver. Ervino e Ver. Dr. Thiago, está levando as
nossas crianças, está roubando-as do colo das nossas mães, dentro das Vilas e
das comunidades. Agora, eu fico pensando, Ver. Dr. Thiago, qual é o tipo de
atitude, de política que vamos trabalhar para retomar as nossas crianças,
tirá-las das drogas. Eu fico perguntando, Ver. Dr. Thiago – V. Exª, que é
médico -, o que é mais fácil, se é termos um jovem preso, no valor de 1.400
reais, ou um jovem com uma educação de qualidade, que custa 400 reais? Porque a
questão do crack passa pela educação de qualidade, Ver. Brasinha, passa
pelo planejamento familiar, passa por toda essa questão - passa! Aí eu
pergunto, Ver. Lucio: o que custaria um centro de recuperação aos governos?
Salvo melhor juízo, um prédio, leitos, soro, e acho que não muito mais do que
isso - não sou médico, mas acredito eu. Então é viável ter um centro de
recuperação para essas crianças, mas, me desculpe, jornalista, talvez eu já
tenha falado errado umas dez palavras do português, mas eu continuo no meu
embalo, está bom? Quero dizer o seguinte: não é por aí também!
Precisamos
de um acompanhamento, precisamos de investimento na Cultura, precisamos de
investimento na Educação. Eu pouco vejo falar de investimento na cultura
popular; eu, dificilmente, vejo alguém fazer uma manifestação em relação a
investimentos na cultura popular. Eu aqui sou a favor de criar frentes, criar
comissões, dou apoio; agora, nós temos que pensar imediatamente em formar uma
comissão para buscar mais investimentos na Educação, na Cultura, para reativar
os centros comunitários dentro das nossas favelas, dentro das nossas
comunidades, porque, aí sim, nós vamos salvar as nossas crianças.
Um
abraço aos jornalistas que fazem as matérias do bem. “Eu só quero ser feliz,
andar tranquilamente na favela onde eu nasci.” É a voz do povo, mano! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Obrigado,
Ver. Adeli; obrigado, meus colegas Vereadores! O objetivo do meu pronunciamento
agora é reforçar a importância de um Projeto, o Projeto n° 015/09, de autoria
do Ver. Waldir Canal.
Chegou-me,
há poucos momentos, em mãos, esse Projeto, mas eu o li e, em função de a minha
trajetória ser extremamente comprometida com a inclusão social das pessoas
portadoras de deficiência, eu não poderia me eximir de ser parceiro e de usar a
tribuna para reforçar a minha solidariedade para que esse Projeto seja
analisado com muito carinho e para que possamos fazer com que ele se
concretize.
Eu
tive, no Governo Rigotto, a oportunidade de ser nomeado membro fundador do
Conselho Estadual das Pessoas com Deficiências. E nós sabemos, Ver. Waldir
Canal, que, infelizmente, existe uma exclusão social muito forte relacionada
aos portadores de deficiência, principalmente aos de baixa renda; esses, então,
têm grandes, inúmeros obstáculos para poder ter uma vida digna. E esse Projeto
trata de um eixo relacionado à questão das pessoas com deficiência, o esporte,
que seria, segundo o que foi proposto pelo Vereador, oportunizado, dentro das
escolas públicas de Ensino Fundamental e Ensino Médio - no caso, dentro do
nosso âmbito de Ensino Fundamental -, atividades na área de Educação Física,
onde tivéssemos a capacidade de formar os professores de Educação Física no
sentido que eles pudessem trabalhar o jovem portador de deficiência, dentro da
sua disciplina, ou seja, termos, sim, Educação Física para o jovem portador de
deficiência. Tudo isso dentro de um contexto, visando, cada vez mais, à
capacitação da nossa Porto Alegre, do nosso Estado, do nosso País, apontando
sempre para a possibilidade do esporte paraolímpico.
Então,
eu quero dizer ao Ver. Waldir Canal que ele está de parabéns por redigir e
propor esse Projeto. A questão da pessoa com deficiência é, sim, um drama que
atinge grande parte da população de Porto Alegre. Aproximadamente 13% da
população de Porto Alegre é portadora de deficiência. E existem poucas
políticas públicas que visam à inclusão dessas crianças, desses adolescentes,
desses jovens e desses adultos.
Eu, como Vereador, quero ter uma dedicação muito forte, no
sentido de nós trazermos, principalmente, cursos de qualificação profissional
para incluir as pessoas com deficiência. Temos que resgatar a dignidade desse
segmento, e não existe forma mais adequada de resgatar a dignidade e de incluir
a pessoa com deficiência do que qualificá-la profissionalmente para que ela
possa exercer uma atividade laboral e para que ela possa trazer renda para a
sua família. É importantíssimo nos voltarmos para isso.
Era esse o recado que eu queria deixar, Ver. Adeli. Quero
parabenizá-lo também pelo seu histórico de luta aqui, na Câmara de Vereadores,
pelo seu período na Secretaria da Indústria e Comércio, que, sem dúvida,
marcou. V. Exª é um político por quem tenho muito respeito, pela sua
qualificação - um político de idéias. Deixo um abraço também a todos os meus
colegas Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quando Vereador na
Legislatura de 2001 a 2004, em julho daquele ano de 2004, eu apresentei um
Projeto de Lei que foi apregoado no início do mês de agosto, mais precisamente
no dia dois de agosto de 2004. Esse Projeto correu Pauta em 26 de agosto, em
primeiro e seis de setembro, e, ainda na XVI Legislatura, que foi a Legislatura
passada, veio à discussão e, finalmente, recebeu um Substitutivo que acabou
sendo colocado em votação. Eu, retornando para a Casa, e desinformado, requeri
o desarquivamento desse Projeto, que, em função de solicitações sucessivas de
adiamento, não havia sido votado na Legislatura anterior.
Ocorre,
Sr. Presidente, que, em função de regras regimentais, a Casa tem entendido que
esses Projetos que são desarquivados retornam à posição em que eles se
encontravam, Ver. Todeschini, e a posição em que ele se encontrava era na Ordem
do Dia, já com discussão encerrada, já em condição de votação. Ora, não nos
cabia outra coisa, ante esse fato, senão tentar um adiamento. Julgávamos que
ainda havia possibilidade de adiar a discussão, que já estava encerrada, mas,
desinformadamente, pensávamos que não estava. E nós conversávamos com o Ver.
Comassetto, que, juntamente com a Verª Maristela Meneghetti, haviam firmado um
Substitutivo que, prioritariamente, deve ser votado, e, com ele, eu discutia a
possibilidade de juntarmos as idéias contidas no Projeto originário e no seu
Substitutivo e, juntos, criarmos um novo Substitutivo - seria o Substitutivo nº
02.
Hoje eu sou surpreendido
com este fato: a matéria não tem mais condição de ser emendada; a discussão já
foi encerrada; ela só pode ser votada. Vereador-Presidente - peço a sua sanção
-, percebo que a matéria só pode ser votada ou retirada definitivamente, o que,
na minha condição de autor, eu poderia fazer.
Mas
vejam os Srs. Vereadores, vejam as Sras Vereadoras a minha
dificuldade: não está presente hoje aqui o Ver. Comassetto. Eu vinha dialogando
com o Ver. Comassetto a esse respeito, admitindo ele que nós poderíamos
construir uma solução conjunta. Agora, na sua ausência, eu desistir do Projeto
é um gesto deselegante, no mínimo, da minha parte. Seria explicável, pelas
circunstâncias, que, nas condições atuais, se a matéria for à votação, eu vou
ter de votar contrariamente a um Projeto que eu mesmo propus e que recebeu essa
Emenda substitutiva.
O
Projeto tem algumas singularidades, e eu estou, da tribuna, fazendo um apelo
aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras, para que essa matéria não
entre em votação no dia de hoje. Há possibilidade de, em um acordo de
Liderança, postergar para o final da lista, e, com isso, não ser votado no dia
de hoje, dando-me a possibilidade de, em uma derradeira tentativa, e dentro das
limitações regimentais, tentar - com a presença, na Casa, do Ver. Comassetto -,
em definitivo, o concerto, ou, diante disso, se não tiver concerto, no próprio
desacerto.
Era
isso, Sr. Presidente. Fico grato.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, neste tempo de
Liderança do Partido dos Trabalhadores, eu gostaria de poder contar com o apoio
de todos os Vereadores desta Casa - no que acredito, em função das falas e preocupações
dos que me antecederam - com relação à questão da moralização dos Parlamentos
brasileiros.
Os
Vereadores que me antecederam já colocaram, de forma clara, que alguns setores
da imprensa, por vezes, acabam estabelecendo ou colocando matérias que distorcem
um pouco aquilo que, de fato, acontece nos plenários brasileiros, especialmente
no que diz respeito à nossa Câmara Municipal. O Ver. Cassiá já abordou isso de
forma contundente, e foi importante.
Agora,
eu quero fazer uma reflexão, porque, de fato, esta Casa também produz matérias
e conteúdos que levam a interpretações dúbias as intenções dos seus Vereadores.
E aí eu gostaria de contar com o apoio, especialmente dos Vereadores Luiz Braz
e Haroldo de Souza, que fizeram uma enfática manifestação contra Vereadores
combativos desta Casa, que têm todo o direito de estar na mobilização popular,
colocando suas idéias, divulgando os seus projetos de trabalho, fazendo com que
a conscientização coletiva, na Cidade, cresça a partir do debate estabelecido
também nesta Casa, porque, senão, vejamos: nós, aqui, fizemos e tivemos um
embate duríssimo sobre o Projeto do Pontal do Estaleiro; tivemos um embate
duríssimo sobre a Emenda n° 9, que trazia a questão colocada no Projeto do
Grêmio, e aí falávamos, senhoras e senhores, na palavra “contrabando” num
Projeto.
Para
a minha surpresa, quando eu abro os jornais, nesta semana, essa mesma palavra é
usada pelos técnicos da Prefeitura em relação a essa matéria.
A
Emenda n° 9, instalada na matéria divulgada nesta semana, traz a palavra
“contrabando” de uma Emenda num Projeto específico, que deveria estar dentro da
discussão do Plano Diretor.
Vejamos
se isso não é uma forma de nós mesmos, aqui, fazermos o debate público
necessário e, logo a seguir, sermos desconstituídos pela fala, inclusive, da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Então,
eu gostaria que os Vereadores, quando viessem aqui colocar as suas denúncias,
as suas insatisfações em relação especialmente aos colegas - neste caso, aos
colegas do PSOL -, também tivessem a mesma ousadia e a mesma coragem de cobrar
da Prefeitura Municipal e do Prefeito Municipal de Porto Alegre aquilo que lhes
cabe, que lhes é pertinente.
Também
ontem fomos surpreendidos com a crise no Senado, aliás, já há alguns dias,
colocada enfaticamente pela imprensa - adequadamente pela imprensa. Na matéria,
consta que o Senado pagou despesas de saúde para 45 ex-Senadores e dez
dependentes de ex-Senadores - mais de um milhão de reais, Ver. Cassiá! Mais de
um milhão de reais!
Para
a minha surpresa, ao conferir os nomes dos ex-Senadores, encontro, Ver. Valter
Nagelstein, o nome do nosso Prefeito, José Fogaça, na lista dos ex-Senadores
que recebem; são pagas as despesas de saúde dele e de seus dependentes!
Portanto
o Sr. Fogaça, que foi Senador até 2002 e que hoje é Prefeito de nossa Cidade,
recebeu 4 mil, 870 reais e 11 centavos para as despesas - pagas pelo Senado! -,
não sendo mais Senador de nosso Estado.
Eu
quero ver - e desafio aqui - os Vereadores que cobraram, contundentemente, a
postura de Vereadores nesta Casa trazerem suas posições sobre essa questão
denunciada no site Congresso em Foco sobre os 45 ex-Senadores da
República que ainda ficam recebendo para pagar suas despesas com saúde.
O SR. LUCIO BARCELOS: Presidente,
Ver. Adeli Sell; nobres Vereadores, Vereadoras; público presente, nesta
manifestação eu gostaria de abordar algumas questões levantadas pelo Ver.
Haroldo de Souza, mas, antes, eu gostaria de trazer um dado em relação à
questão do Senado, Verª Maria Celeste. O gasto do Senado com saúde, com
assistência à saúde, foi de 60 milhões no ano de 2008. Isso significa que, em
média, cada Senador gastou 740 mil reais no ano de 2008. Se levantarmos esse
número por mês, cada Senador gastou 62 mil reais por mês com assistência
médica. Eu, como sou médico sanitarista, vou me candidatar a ser médico de um
desses Senadores; para ganhar 62 mil reais por mês, eu acho que qualquer um de
nós... O Ver. Thiago, também, acho que vai pleitear esse tipo de emprego -
médico de Senador.
Em relação às questões que foram levantadas pelo
Ver. Haroldo de Souza, eu acho que existe uma questão que devemos respeitar,
que é o direito de as pessoas se manifestarem, a questão da democracia, da
livre expressão das pessoas. Acho que existem fortíssimas evidências de que
ocorreu, ou de que ocorre, um processo de corrupção dentro do Governo Yeda.
Existe investigação do Ministério Público Federal, do Ministério Público
Estadual, da Polícia Federal, e cabe à Governadora, cabe aos Secretários da
Governadora responder isso de uma forma pública e direta. Acho que o Ver. Pedro
Ruas, a Verª Fernanda e a Deputada Luciana Genro estão no seu direito de
argumentar, de arguir e de solicitar informações, e quem deve dar essas
informações são os representantes do Governo; eles têm que esclarecer, a
Governadora tem que vir a público e explicar, de uma vez por todas, que tipo de situação ocorreu lá no
Detran! Se não existe nenhum tipo de problema em relação a isso, ela que o
diga! Eu acho que nós, como cidadãos - como qualquer cidadão, Vereador, Deputado
ou um cidadão de qualquer credo, de qualquer situação -, temos o direito de
pedir esse tipo de informação. Eu acho que existe uma tendência de inverter o
valor ou inverter a ordem das coisas - aquele que solicita informação passa a
ser o denunciado. O Ver. Pedro Ruas não é denunciado; a Verª Fernanda não é
denunciada; a Deputada Luciana Genro não é denunciada; eles estão pedindo
informações, e quem deve informações deveria prestá-las da forma mais objetiva
possível. Não se pronunciar e ficar sem dizer absolutamente nada cria uma
suspeita de que, de fato, existe um problema que não está sendo dito, e a
Governadora deveria colocar essa situação de uma forma correta.
Em
relação ao movimento de amanhã e ao do dia 30, dos estudantes, dos
trabalhadores, eu acho que é inquestionável o direito de a Verª Fernanda
participar, fazer a campanha junto às escolas, para a juventude, que é uma
juventude esclarecida, convidar e convocar essa juventude para fazer uma
manifestação sobre aquilo que diz respeito aos seus direitos e aos direitos dos
trabalhadores e dos estudantes deste País. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu gostaria de, neste
tempo de Liderança, falar um pouco a respeito do Projeto que apresentei a esta
Casa, Projeto que cria o Esporte Paraolímpico na Escola e dá outras
providências. O objetivo deste Projeto que apresento a esta Casa é proporcionar
às pessoas com deficiência física, às pessoas especiais, um modo de inclusão, e
a prática de esportes tem sido, comprovadamente, uma forma de socialização, de
integração e de recuperação de muitas dessas pessoas, haja vista termos paraolimpíadas.
Recentemente, tivemos no, Rio de Janeiro, um evento
desse tamanho, no qual as pessoas que estavam ali participando - pessoas que,
de uma forma trágica, perderam algum membro do corpo; outras que nasceram com
alguma deficiência - recuperaram a auto-estima, recuperaram o respeito e, acima
de tudo, a dignidade, que, muitas vezes, a pessoa acaba, em função de algum
acidente ou algum fato triste na vida, sendo atingida e, por isso, muitas vezes
desprezada.
O Poder Público tem a escola como um dos pilares da
educação, da socialização e também da integração dessas crianças. Digo
crianças, mas temos crianças e também adolescentes que, muitas vezes, são
excluídos na hora do recreio, na hora das práticas de educação física, pela
não-disponibilização de uma prática dirigida a pessoas deficientes.
Todos reconhecem que a dimensão psíquica, física e
social do esporte paraolímpico é muito significativa para os atletas e que
também contribui para a construção de um modo verdadeiramente pluralista que
sabe respeitar e conviver com as diferenças, sejam elas quais forem. Isto é
fundamental para a formação do caráter das nossas crianças, dos nossos jovens:
respeito ao próximo, respeito às dificuldades, e a colaboração e a
solidariedade é fundamental nesse processo.
Eu gostaria de dizer que a prática de atividades
físicas ou esportivas por portadores de algum tipo de deficiência, seja visual,
auditiva, mental ou física, pode proporcionar a eles - dentre outros benefícios
da prática regular de atividade física, que são mundialmente conhecidos - a
oportunidade de testar os seus limites e potencialidades, prevenir as
enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do
indivíduo. Nós teremos outra oportunidade para falar mais sobre esse Projeto.
Há outro Projeto que está na Pauta, que institui os
títulos de Empresa Amiga da Terceira Idade e de Amigo da Terceira Idade. Eu
quero, em breves palavras,
dizer que o objetivo desse Projeto é estimular o emprego na terceira idade,
estimular as empresas a darem oportunidade às pessoas que atingem os seus 60,
70 anos, mas que estão aí com um vigor físico muito grande. E as empresas
precisam atentar para o fato - muitas já estão abrindo os olhos para isso - de
que ali está um homem experiente, uma mulher experiente, de que ali está uma
pessoa cumpridora das suas obrigações, cumpridora dos seus horários, cumpridora
das suas tarefas, porque há experiência, há dedicação. Como aqui em Porto
Alegre existe um pólo grande de empresas e indústrias, essa seria uma maneira
de trazer novamente para o convívio da empresa as pessoas que estão em busca de
uma oportunidade, e as empresas poderiam ser premiadas por tomarem essa
iniciativa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Emerson Dutra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. EMERSON DUTRA: Eu
quero agradecer ao Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; aos demais Vereadores, ao
pessoal do Sindicato, ao pessoal do meu Bairro, o Coqueiros. Eu quero dizer
que, para mim, é um orgulho muito grande ser um motorista de ônibus de Porto
Alegre. Atualmente estou no Sindicato. Comecei a trabalhar com 14 anos como
cobrador de ônibus, e hoje tenho a possibilidade de estar no meio dos senhores.
Eu
fico muito triste quando ouço alguns Vereadores desta Casa, por quem eu tenho
maior respeito. Nós temos a nossa Verª Fernanda Melchionna, que não por acaso
fez uma votação expressiva, pois é uma referência para a juventude, e também
temos uma referência clara de um Vereador trabalhista, como o Ver. Pedro Ruas,
mas ouvi de V. Exª, Ver. Haroldo de Souza, umas palavras muito
desoladoras. Eu, como morador da comunidade Jardim dos Coqueiros, motorista de
ônibus, fico muito triste, e eu tenho certeza de que o povo de Porto Alegre
também fica, porque eu acredito que nós temos regiões dentro de Porto Alegre
que não têm ônibus; nós temos a linha alimentadora. Eu acredito que V. Exª,
quando está aqui, passa um dia tumultuado - e sei que tem outra profissão, a de
narrador -, o senhor pega o seu carro e vai embora. Nós temos gente em Porto
Alegre que pega o ônibus no Centro, desce da alimentadora, espera mais meia
hora até se deslocar para o seu bairro.
Nós
temos problemas, dentro de Porto Alegre, na área da Saúde. Um dia desses, eu
passei de moto e fiquei com vergonha de parar, porque a fila dava uma volta no
posto de saúde. Eu pensei “Agora o pessoal vai me ver, achar que eu já sou
Vereador e vai me chamar.” Era uma fila com quase 200 pessoas num bairro com
5.000 habitantes! Eu acho que V. Exas deveriam se preocupar com
isso, com os problemas sociais que Porto Alegre enfrenta hoje. É com isto que
V. Exas têm que se preocupar, com os problemas sociais. É isso aí.
Muito obrigado, pessoal.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Vereador, que é Suplente da Bancada do PSOL, assumiu hoje, pela primeira vez e,
pelo Regimento, tem cinco minutos para fazer o seu primeiro pronunciamento.
O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Caro Ver. Adeli
Sell, digno Presidente, venho aqui hoje conversar sobre o PLCL nº 001/09, de
autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que dispõe sobre a construção de novas
lojas de varejo de gêneros alimentícios (supermercados e hipermercados) em
Porto Alegre, alterada pela Lei Complementar nº 523, de dois de maio de 2005,
excepcionando as Subunidades 01 e 03.
Esse Projeto se refere a uma região sobre a qual é
importante contextualizarmos desta tribuna, que é a região do Unidão, que, para
quem não conhece, fica situada na Restinga e corresponde aos fundos de uma
avenida chamada Clara Nunes; ali as pessoas acabaram invadindo. São quase 400
famílias, e é fundamental que se dê uma atenção muito especial a essa
comunidade, pois ela carece de tudo. Lá nós temos a maior frequência de
endemias da Restinga; lá nós temos um grande número de casos de hepatite,
principalmente hepatite A, vinculada a uma transmissão fecal/oral, ou seja,
pela dificuldade de acesso que essa população tem a esgoto adequado, à água
tratada, enfim, a todos os benefícios que a urbanização pode trazer ao ser
humano. Então é fundamental que se dê uma atenção muito especial a essa
comunidade.
Claro que sabemos que as questões das invasões têm
que ser tratadas, Ver. Beto Moesch, com muito cuidado, desta tribuna ou a
partir do Executivo, para que não se produzam mais invasões. Essa situação, que
perdura já há mais de cinco anos, deve ser tratada por esta Casa como uma
situação bem especial.
A proposta aqui constituída e que, certamente, vai
ter a aprovação e a anuência de todos os senhores, de todos os Pares, é uma
proposta de trocar essa área, de essa população poder ser realocada em outra
área dentro da Restinga. O tema já foi discutido com a comunidade, já foi
discutido com o Poder Executivo. Então é fundamental que nós possamos, a partir
desta Sessão de hoje, dar andamento a esse Projeto.
Esse Projeto também tem uma vinculação direta -
quando se fala em habitação popular - com o que o eminente Ver. DJ Cassiá falou
aqui desta tribuna. A questão do crack se torna muito mais dramática -
como o caro Ver. Lucio Barcelos se referiu - nessas comunidades mais
periféricas, porque elas não têm como fugir do problema. Então, é fundamental
que se possa realocar essa população num local digno, num local com esgoto, com
água, e que, enfim, essas pessoas, a partir daí, também possam adquirir a sua
cidadania.
A grande resposta para o crack, Ver. DJ
Cassiá, é a inclusão social. Não existe outra. Claro que ela passa por
tratamento em clínicas, que não precisam ser de luxo, porque as de luxo
mostraram que têm um índice de sucesso até menor do que das fazendas
terapêuticas, e o tratamento deve ser iniciado lá. Mas, sem dúvida nenhuma, é
preciso se lançar mão de um mecanismo de saúde que se chama Caps, Centro de
Atendimento Psicossocial, e a Cidade tem avançado nesse sentido. Então:
inclusão social, educação e saúde; saúde com planejamento familiar.
Só
para terminar aqui, é importante falar da questão do dia. É importante que nós
sejamos responsáveis no uso do nosso mandato. O Vereador não pode incitar as
pessoas à violência. Um abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, eu estava devendo ao Ver. Dr. Thiago um diálogo a respeito
desse Projeto. O Ver. Dr. Thiago, com grande conhecimento de causa, médico que
é na área, conhecedor da Restinga e suas adjacências, estava preocupado com
esse Projeto. E eu acho, Vereador, que V. Exª tinha todo o direito de estar
preocupado, porque, muitas vezes, a elaboração pura e simples de um enunciado
de um Projeto pode nos levar a confusões. Eu passei a suspeitar, nos últimos
tempos, de que as pessoas entendem que os Projetos de Lei têm de ter
fotografia, têm de ser endereçados exclusivamente para uma situação especial;
acusam alguns projetos, inclusive, de serem genéricos. Especialmente quando
encaminham para a Casa um projeto amplo, e ele recebe uma Emenda, ela é acusada
como foi agora essa que o Ver. Nereu D’Avila - do seu Partido -, no outro
Governo, fez ao Projeto que ganhou o nome de “Arena do Grêmio”. Tinha um nome o
Projeto: Arena do Grêmio e decidia sobre coisas na Azenha; Projeto que não
trata da construção de arenas esportivas, mas, sim, de demolir o Estádio
Olímpico.
Os projetos são assim! V. Exª me perguntou: “Mas
estão falando em supermercado aqui, em hipermercado. O que tem a ver tudo
isso?” É uma grande composição que se montou, Ver. Mauro, que é do ramo, ante a
realidade de fato.
Agora, nós vamos ficar com sutilezas - se é
contrabando ou não é contrabando -, quando se vislumbra a possibilidade de um
processo que está há dez anos sem solução ser enfrentado de forma objetiva? É
claro que não. Obviamente, não vamos votar cegamente - não é, Ver. Dr. Thiago?
-, vamos procurar nos esclarecer, mas vamos votar, vamos encaminhar.
Ainda esse Projeto vai ter uma possibilidade, penso eu, em Reunião Conjunta das
Comissões, de ser discutido antes de vir à votação no Plenário. E se algumas
correções tiverem de ser feitas, nós iremos fazê-las, mas não vamos perder,
Ver. Nelcir Tessaro, a possibilidade.
V. Exª me cooptou para essa posição; V. Exª me esclareceu sobre o fato, porque
V. Exª conviveu com o fato quatro anos, e lhe dói no coração não haver solução,
e agora, quando ela se torna possível, vem o risco de dizerem: “Ah, estão
contrabandeando situações. Vão resolver um problema para o Unidão!” Mas claro
que vão resolver o problema do Unidão, porque ele vai ajudar a solucionar um
problema que o Governo tinha que resolver sozinho, sem necessidade de os outros
interferirem!
Então,
Ver. Luiz Braz, eu não me assusto com a expressão “contrabando”! Eu sou do
Quaraí, tchê, nem se viesse o termo jurídico do descaminho, porque nem todos os
caminhos são para todos os caminhantes. Às vezes, algumas situações são tão
claras, tão óbvias, que ninguém quer enxergar, como não quiseram enxergar,
naquela Emenda do Ver. Nereu D’Avila, a amplitude positiva que ela alcançava,
assim como se corre o risco, Ver. Adeli Sell, de alguém se confundir com esse
Projeto! Por isso é bom já, de antemão, a gente ir colocando com clareza:
ninguém está contrabandeando nada! Nós sabemos o que está sendo escrito! E nós
sabemos, mais ainda, o que vamos votar! E não vale, depois de votar, dizer:
“Ah, eu não sabia.” Se não sabia, cala a boca, tem que saber o que vota aqui
nesta Casa! Eu sempre soube o que votar; vocês e a Casa sempre sabem. Às vezes,
alguns comentam: “Não, eu não sabia bem o que estava colocado.” Não! Tem que esclarecer,
fazer como o Ver. Thiago Duarte, que se esclareceu e tomou posição!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Bernardino Vendrucolo, que solicita a retirada de tramitação do PLL nº 248/07.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores e público que nos
assiste através do Canal 16, eu venho aqui, Sr. Presidente, para esclarecer
também o Projeto do Unidão. Eu quero dizer, Ver. Pujol, ajudando na sua fala,
que o único contrabando que há nesse Projeto é justamente dar dignidade a 300
famílias, é dar dignidade a 300 famílias que estão naquele local desde 1998.
Quem já teve oportunidade de “amassar o barro” lá no Unidão, caminhar, conviver
com aquelas famílias, sabe o que eu estou dizendo, não é, Dr. Thiago? O senhor
conhece bem a situação por que passam aquelas famílias.
Durante a minha gestão no
DEMHAB, nós conseguimos tirar de lá 110 famílias; eram 500; nós as colocamos na
5ª Unidade; e as outras 90, em diversos locais de Porto Alegre. Este Projeto
que estamos hoje encaminhando para a aprovação é um projeto que vai dar uma
solução àquelas famílias, é um projeto em que o proprietário do imóvel - não é
nenhum contrabando! -, com essa alteração na Lei, que dá a oportunidade de ele
alienar os seis hectares que estão na parte da frente, vai dar uma
contrapartida de toda a infra-estrutura, Ver. Pujol, para 300 famílias, coisa
de que o Município não dispõe agora, porque isso tem que ser aprovado pelo
Orçamento Participativo, e não houve aprovação. Este é o contrabando: a
infra-estrutura que aquelas famílias vão ganhar.
O
Sr. Reginaldo Pujol: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu quero
cumprimentá-lo. Essa explicação pedagógica que V. Exª está dando na tribuna já
foi me dada pessoalmente; dê-a à Casa toda, porque aqui não se esconde nada, as
coisas são claras! Aqui está se atingindo um objetivo através de um caminho
lógico, natural, legal e que é positivo. É bom para aquela comunidade poder
vislumbrar, no final do túnel, uma solução para o seu problema.
O
SR. NELCIR TESSARO: Se
pudéssemos, a cada “contrabando”, beneficiar 400 ou 500 famílias, nós teríamos
o problema resolvido em Porto Alegre.
O
Sr. Dr. Thiago Duarte: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho que o contrabando a
que se referiram aqui é o contrabando que a equipe de Zoonoses da Vigilância
Sanitária não vai mais precisar fazer, que é o contrabando das moscas que
existem lá, dos insetos que existem lá, dos germes que existem lá, que acabam
trazendo prejuízos à saúde. Eu acho que é a esse contrabando que alguém se
referiu aqui.
O
SR. NELCIR TESSARO: E,
com toda a certeza, Ver. Dr. Thiago, o contrabando ainda do Instituto Médico
Legal, que não vai mais precisar ir lá naquele local onde duas crianças foram
assassinadas, onde sofrem, no dia-a-dia, todas aquelas famílias cujos pais saem
para o trabalho e não sabem como os seus filhos vão passar o dia. Esse é o
contrabando! Eu acho que está na hora de enfrentarmos os projetos. Se temos
projetos que podem ser votados fora do Plano Diretor, que satisfaçam a
comunidade, que evitem o sofrimento de mil, duas mil pessoas, 300 ou 400
famílias, nós temos que ousar e fazer, enfrentar lá fora e dizer: “Nós estamos
aqui para trabalhar para a comunidade, não para meia dúzia.” Se nós estamos
hoje facilitando aquele empreendedor é porque, durante dez anos, ele vem sendo
parceiro do Município, parceiro da comunidade, deixando aquelas famílias
residirem lá. Nós tivemos acordos inclusive com o juiz da Restinga; o
Judiciário entrou no despejo que estava programado para o final do ano de 2007,
e conseguimos fazer um acordo de suspensão. Foi um contrabando também aquela
suspensão de Reintegração de Posse que já estava determinada, e a Brigada já
estava catalogando as pessoas para despejá-las no dia 21 de abril. E andou
aquele Projeto, mas o bom senso prevaleceu, nós conseguimos manter aquelas
famílias lá até hoje e esperamos que haja bom senso dos Vereadores - deveriam
todos assinar conjuntamente esse Projeto. Esse é um Projeto social e beneficia
famílias que sofrem no dia-a-dia. Eu sempre digo,
Ver. Dr. Thiago, não adianta
dar saúde, educação, segurança se o cidadão não tem casa para morar; não existe
educação, segurança e saúde para pessoas que vivem embaixo da ponte, sem teto
nenhum. É isso que temos que agilizar, verificar; temos que parar um pouquinho
de falar em contrabando aqui. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu, Ver. Haroldo de Souza, fico pensando como pode alguém vir aqui e dizer que
algo é contrabando. Um projeto que vai beneficiar mais de 300 famílias é bom
demais. Por quê? Eu sou contra aqueles projetos que não beneficiam, mas um
projeto como o do Unidão, que vem beneficiar mais de 300 famílias, é muito
satisfatório para nós e para todo porto-alegrense que mora em Porto Alegre.
Também
quero dizer que há cinco anos estou na CUTHAB, e quantas vezes, Dr. Thiago, nós
atendemos essa comunidade do Unidão! Agora vem esse Projeto que vai beneficiar
essa comunidade. Que coisa mais maravilhosa, que coisa boa! Se todos os
projetos fossem assim, seria bom demais. Eu sou favorável a esse Projeto,
porque vai beneficiar a comunidade, mas sou contra aqueles gigantes, grandões,
que dão muito pouco em compensação, como o Carrefour - acho um absurdo. Um
projeto que vem beneficiar 300 famílias significa que vai beneficiar mais de
1.200 pessoas, no mínimo, porque uma família pode ter muito mais do que quatro
pessoas.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, nós,
Vereadores, estamos acompanhando atentamente a discussão de Pauta e estamos
ficando confusos - imagine a população que assiste. Quando uns e outros
Vereadores estão falando em contrabando, parece que o Projeto do Unidão é um
contrabando. Eu quero aqui deixar claro que a palavra “contrabando” vem da
reportagem sobre a Emenda nº 9, e eu concordo que foi um contrabando no sentido
de que não tinha nada a ver com o Projeto do Grêmio. Então, foi outra
legislação dentro de uma legislação que é um desastre. E nós sabemos, Ver.
Pujol, que as pessoas votaram aqui com muita clareza sobre o que estavam
votando, mas temos que ouvir crítica do que votamos. Agora, vamos separar as
coisas: o Projeto do Unidão é uma luta daquela comunidade e uma necessidade de
enfrentarmos o tema do uso social da terra, Vereador. Obrigada pelo aparte.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado,
Vereadora. Eu, na mesma linha da Verª Maristela Maffei, volto a dizer: que bom
se todos os contrabandos beneficiassem mais de 300 famílias! Como seria bom,
Ver. Tessaro, mas a gente sabe que, lá na ponta, muitas pessoas necessitam de
casa, de água, de luz, e a gente tem que trabalhar pelo lado social. Nós temos
que trabalhar pelos que mais necessitam e aprovar esse Projeto imediatamente,
Ver. Pujol, porque é bom para a Cidade, para o Rio Grande, para todo o mundo!
Então, eu vou dizer aos senhores que sou favorável; e, se eu pudesse, votaria
duas vezes.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro,
prazerosamente, as presenças, em plenário, do Ver. Antonio Devair, do PDT de
São Gabriel, e do Ver. Adão Santana, do PTB de São Gabriel. Sejam muito
bem-vindos, Vereadores. (Palmas.)
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, quero fazer uma saudação aos
Vereadores de São Gabriel. Eu faço questão de vir aqui discutir o chamado
Projeto Unidão, porque nós estamos fazendo uma pequena modificação numa
legislação importante, Ver. Brasinha, na cidade de Porto Alegre, sobre a
questão dos empreendimentos. Se nós resolvermos essa questão do Unidão, nós
vamos resolver, automaticamente, o problema dos moradores do entorno, que são
moradores da periferia, que estão numa situação dramática e sem aquelas
condições mínimas de decência para as pessoas. Eu votarei favoravelmente a esse
Projeto, mas não farei exceções a outros lugares, para outros mercados; não é
simpatia por essa ou por aquela grife, mas V. Exª sabe do nosso embate em
relação ao Wal-Mart e ao Carrefour, que fazem verdadeiras barbaridades na
Cidade, que se comprometem com a Prefeitura, como se comprometeram lá na Av.
Sertório, e depois aconteceu aquela barbaridade. É claro que houve também uma
pixotada grotesca da EPTC, para variar, que não se programa, não faz as coisas
que tem que fazer. Mas o Carrefour é useiro e vezeiro de fazer esse tipo
de coisa e descumprir a legislação municipal. E a gente sabe que o Carrefour
faz muito mal.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu quero agradecer
o seu aparte e dizer que realmente o Carrefour faz mal para a Cidade, faz mal
para Porto Alegre, porque eu, há poucos dias, falei com seis cidadãos que
compraram óleo no Carrefour e perguntei onde eles botariam esse óleo, e um me
relatou que botaria no esgoto. E aí? O Carrefour deve ser punido e não pode
vender óleo para levar para a casa, tem que ser trocado no local.
O
SR. ADELI SELL: Eu já
solicitei ao Vereador, nosso colega, que agora é Secretário da SMAM, o Profº
Garcia, que a fiscalização dos postos de gasolina seja continuada, mas que se
cuide, porque é estranho, muita gente faz auê, dizendo que posto de gasolina
polui, que é o fim do mundo, mas esqueceram de fiscalizar o Carrefour. É
impressionante! O Carrefour, esse sim, teria que ser o primeiro a ser
fiscalizado, porque, além de tudo, o Ver. Airto Ferronato sabe, por ser um
experiente servidor da Fazenda Pública, a história do Carrefour, que é uma
empresa mercadista, e que colocar um posto de gasolina dentro da sua razão
social é mutreta.
Eu
também quero dizer ao jornalista que fez aquela matéria esses dias que essa é
uma linguagem real, essa é a aquela linguagem que o Ver. DJ Cassiá fala, qual
seja, a da periferia, a que as pessoas entendem. Essa é a linguagem do povo, é
a linguagem que as pessoas entendem! Quando é mutreta é mutreta, não precisa
ficar embelezando, fazendo discurso para agradar. Nós temos aqui um mandato
popular! Eu não vou perguntar a nenhum jornalista que palavra eu vou usar, com
todo o respeito aos jornalistas, mas não venham me ditar regras sobre quais as
palavras que eu vou usar! Eu uso aquilo que está no dicionário, que é de domínio
público. Nós estamos fazendo um projeto de lei sobre o Unidão para resolver um
problema da comunidade e por aquela região ficar fora do Centro, fora dos
bairros, por ser uma região com grande densidade. Não há nenhum problema!
Inclusive o meu colega de Bancada, o Ver. Mauro Pinheiro, que é um pequeno
mercadista, que criou uma rede importante de pequenos empreendedores, entrou
com um projeto - não sei se já está tramitando - para restringir, em outros
lugares, a construção dos megaempreendimentos. E, com o Unidão, nós não estamos
fazendo um megaempreendimento, Tessaro; nós estamos resolvendo um problema
local, num bairro que pode ter um mercado maior do que aquele que existe.
Então, é um caso específico, é uma questão social e também uma questão
econômica, porque não confronta com os outros mercados da região, mesmo que
tenha o nome no superlativo: Unidão. Mas não é maior que o Super Kan, não é
maior do que o Rissul, mercados esses que são mais evidentes no bairro
Restinga. Está certo? Quem conhece sabe! E eu já disse para o Ver. Mauro
Pinheiro que estarei com ele na linha de frente para restringir os
megaempreendimentos em Porto Alegre. Isso que é avanço, isso que é olhar para
frente, para o futuro! As grandes cidades, as cidades modernas fazem pequenos
empreendimentos na área mercadista. Nos países europeus, vocês vão verificar
que megaempreendimento é fora do Centro. Grandes empreendimentos como shopping
centers são fora do Centro. Nós estamos tratando, portanto, de uma
excepcionalidade na legislação mercadista por ser um caso específico, por ser
na Restinga, por ser uma questão social.
Ver.
Mauro Pinheiro, meu colega, estarei com V. Exª na linha de frente, na restrição
aos megaempreendimentos na cidade de Porto Alegre, como sempre estive quando o
ex-Vereador João Motta apresentou a primeira legislação moderna e avançada para
Porto Alegre, porque esses grandes empreendimentos, tipo Carrefour, criam um
emprego e “matam” quatro. Por isso sou favorável a esse Projeto de Lei.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
(Pausa.)
Encerrado o período de
Pauta.
Havendo
quórum, passamos à
ORDEM
DO DIA
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2131/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 084/06, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que destina espaço no Largo Zumbi dos Palmares para
exposição e comércio de artesanato, artes plásticas, culinária artesanal,
antiquários, colecionadores e apresentação de canto, música, dança e artes
cênicas, denominado Mercado das Pulgas de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mario Fraga: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Ervino Besson: pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Elias Vidal: pela rejeição do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do
Dia em 18-02-09;
- adiada a discussão por
quatro Sessões.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 084/06. (Pausa.) O Ver.
Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 084/06.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e público que
acompanha o Canal 16, neste dia de hoje, quem não conhece as feiras de
artesanato, artes plásticas e culinária em Porto Alegre? Quem não conhece ou já
esteve, por exemplo, em Buenos Aires e visitou a feira de antiguidades, mais
conhecida como Mercado das Pulgas, em San Telmo? Ali dá para perceber que são
disponibilizadas à população determinadas mercadorias, chamadas aqui produtos
de antiguidade, para que sejam vendidas ou revendidas na Cidade. Pois o que nós
estamos propondo aqui é uma feira semelhante: de artes plásticas, culinária,
artesanato e antiquários.
Quem
não conhece o Largo Zumbi dos Palmares, aqui em Porto Alegre, conhecido, há até
pouco tempo, como Largo da Epatur? É um espaço amplamente aberto, público e que
não é bem utilizado pela população. Com a idéia de transformar esse espaço numa
feira de artesanato, artes plásticas, culinária e produtos de antiquários, ou
antiguidades, nós estamos possibilitando que, em Porto Alegre, possa haver mais
um espaço público destinado a esses cidadãos e cidadãs que sobrevivem ou que
acabam trabalhando para agregar renda ao seu trabalho que não deixa de ser da
arte e da cultura feitas pelas próprias mãos. Dou como exemplo o Brique da Redenção,
aos domingos, no passado começou com a Feira de Antiguidades, ou Mercado das
Pulgas, e hoje é um cartão-postal de Porto Alegre. Vejam os senhores: são mais
de 22 mil pessoas em Porto Alegre e mais de 40 mil no Estado do Rio Grande do
Sul que vivem dessa forma, isto é, vendendo o produto feito pelas próprias
mãos.
Então,
eu trago este Projeto para discussão aqui na Casa e tenho certeza absoluta de
que, embora ele não seja votado hoje, nós passaremos a ter uma discussão ampla
que contemple esse espaço público à população.
O
Projeto prevê que essa feira seja feita às sextas-feiras, das 16 às 22 horas.
Essa feira, no Largo Zumbi dos Palmares, fica na Cidade Baixa, exatamente onde
se movimenta a população no final das tardes da cidade de Porto Alegre. A
Cidade Baixa, pela sua tradição, por seus bares e pelo nosso costume de
frequentar esses lugares, possibilita, claramente, que, no futuro, esse local
seja propício para que os cidadão possam expor sua arte, a sua cultura, e que
aqueles que queiram visitar a Feira possam ter acesso a ela para levar a sua
lembrança ou, quem sabe lá, contribuir com os cidadãos que vivem dessa forma.
Eu queria, então,
sensibilizar o Governo, até porque ali, hoje, funciona, às terças-feiras à
tarde e aos sábados, pela manhã, a feira de hortigranjeiros, e não há nenhum
empecilho às sextas-feiras, porque tanto na feira de terça-feira quanto na de
sábado, eles vão pela manhã expor os produtos coloniais. Esses horários não são
observados na sexta-feira.
Portanto,
eu quero pedir a sensibilidade dos nossos Vereadores para que nós possamos
criar, na cidade de Porto Alegre, mais um espaço para que esses cidadãos e
cidadãs possam expor o seu produto, a sua arte, a sua cultura, porque o Projeto
prevê também eventos importantes, ali, de cultura, de entretenimento. Peço a
sensibilidade dos nobres Vereadores para amadurecermos a idéia e trabalharmos
nessa direção. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL n° 084/06.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, esse Projeto de Lei do Ver. Aldacir José Oliboni
data de abril de 2006; por conseguinte, tem três anos de tramitação aqui na
Casa; mereceu, durante a sua análise, o exame de quatro Comissões da Casa: da
Comissão de Constituição e Justiça - CCJ -, que apresentou a existência de
óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto; da CUTHAB, que optou
pela rejeição do Projeto; da COSMAM, que também optou pela rejeição do Projeto.
Apenas na Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude - CECE - é que o Relatório da Ver. Maristela
Maffei recomendou a aprovação.
Eu quero, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, alertá-los para um fato. Eu já disse, em vezes anteriores,
que há determinadas coisas que a gente não cria por lei; ou as coisas
acontecem, consagram-se e depois são oficializadas, ou então não se criam. Não
será essa, se aprovado o Projeto do Ver. Aldacir José Oliboni, a primeira tentativa
que se faz, aqui em Porto Alegre, de se criar - como se criou o Brique da
Redenção -, por lei, uma nova feira de artesanato, ou agora, aqui, o Mercado
das Pulgas como pretende o ilustre Vereador.
Ora, o Brique da Redenção nasceu, na sua versão
originária, para ser uma feira de antiguidades, um verdadeiro marché aux
puces, mercado das pulgas. Na administração do Ver. Dib, quando Prefeito,
com o Ver. Mano José,
Secretário da Produção, Indústria e Comércio, à época, criou-se a Feira do
Artesanato do Bom Fim, começando do lado oposto do inicial do Brique da
Redenção. Ambos cresceram, se encontraram no caminho, e virou uma coisa só:
virou o Brique da Redenção. Ora, querer-se botar outro brique em Porto Alegre
conflita com a cultura da Cidade. Faz 30 anos que o Brique é lá na Redenção!
Ninguém vai mudar esse quadro.
Tentaram
aqui a Feira da Cidade Antiga, que não deu certo; tentaram na Tristeza e não
deu certo; tentaram na Zona Norte e não deu certo. Brique é no Brique, e o
brique é o Brique da Redenção.
O
Ver. Haroldo de Souza, que é um homem que conhece Porto Alegre, me alertava
sobre o seguinte: na sexta-feira, a gente começa a preparar a feira que se
realiza no sábado, durante todo o dia ali, no Largo Zumbi dos Palmares. Sábado,
durante todo o dia, se compra laranja, banana, pão, salame - tudo o que uma
feira vende -; é tradicional, é consagrado. Milhares de pessoas comparecem
àquela feira, sem lei nenhuma; é uma feira popular. No domingo, quem passar por
ali vai ver os carros antigos que normalmente são ali colocados. Não há nenhuma
lei dizendo que os carros têm que ir para ali.
Então,
não se faz ação cultural por lei; ela surge pela espontaneidade da sociedade e,
depois, se consagra, ou então não se cristaliza. Eu não quero parecer que tenho
má vontade para com o Ver. Aldacir José Oliboni, que é um sujeito cortês, de
bom caráter, pessoa com quem a gente tem um relacionamento amistoso, em que
pesem as diferenças de posição partidária. Até tomo a liberdade de, com ele, às
vezes, brincar, dizendo algumas coisas para ele que eu não diria a uma pessoa
que eu não quisesse bem como o quero bem.
Mas,
Vereador, com toda a honestidade, eu não posso acompanhá-lo nessa idéia não só
pela quantidade de pareceres contrários, inclusive contra a juridicidade,
porque, no conjunto, V. Exª impõe coisas ao Executivo, etc. e tal, coisa que,
infelizmente, V. Exª não pode fazer, nem eu posso fazer, nenhum Parlamentar
pode fazer, mas principalmente porque eu acho que não se cria. Brique, Mercado
das pulgas, marché aux puces, têm local consagrado na cultura de Porto
Alegre, na música popular, no dia-a-dia, no cotidiano - é ali na Av. José
Bonifácio. Não vai ser nenhuma lei que vai mudar.
Por
isso, para não termos mais uma lei inócua em Porto Alegre, Vereador-Presidente,
para que, depois, V. Exª tenha que fazer um Projeto para simplesmente
extingui-la, eu diria que, ao votar, pensemos nisto: não se cria brique apenas
fazendo lei aqui na Cidade. Outros tantos Vereadores já tentaram, inclusive a
Verª Clênia Maranhão; eu a desaconselhei na oportunidade; ela insistiu, deu no
que deu: dois meses, três meses, quatro meses de tentativas, desistência da
idéia, e continua o Brique sempre na Av. José Bonifácio, onde nasceu, se criou,
prosperou e se consolidou.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, solicitando que
a discussão do PLL nº 084/06 seja adiada por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Solicito verificação de quórum.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3840/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui o Projeto de Habitação Popular
(PHP), cuja finalidade é a devolução ou crédito do ITBI, IPTU, ISSQN e de taxas
relativas à aprovação de projetos, alvarás, licenciamentos e cartas de
habite-se às empresas construtoras habilitadas que executarem projetos
destinados à construção de habitações populares no Município e dá outras
providências. Com Substitutivo nº 01 (de autoria dos Vereadores Maristela
Meneghetti e Carlos Comassetto). Com Emendas nos
01 e 02 ao Substitutivo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Carlos Todeschini: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e pela existência de óbice da Emenda nº 01; Relator Ver.
Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Substitutivo nº 01 e da Emenda nº 01 ao Substitutivo e pela
existência de óbice das Emendas nºs 02, 03, 04 ao Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib : pela rejeição do Projeto, do Substitutivo nº 01 e da
Emenda nº 01 ao Substitutivo;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 02, 03 e
04.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 113 da LOM;
- prejudicada a votação
das Emendas nos. 01, 02, 03 e 04 ao Projeto, nos termos do art. 56, § 1º, do
Regimento da CMPA;
- adiada a votação por
cinco Sessões;
- incluído na Ordem do
Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): (Após verificação de quórum.)
Havendo quórum, coloco em
votação o Substitutivo n° 01 do PLL n°163/04. (Pausa.) O Vereador Reginaldo
Pujol, autor do Projeto, está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n°
163/04 e do Substitutivo n° 01.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, ao longo da tarde, já
tive a oportunidade de me manifestar sobre esse Projeto e sobre a situação que
em torno dele se criou.
Eu
tinha, inclusive, solicitado à Casa que me poupasse da situação que pareceria
indelicadeza de minha parte, de ver deliberado esse assunto com a ausência do
Ver. Engenheiro Comassetto aqui na Casa, porque com ele eu vinha discutindo o
que eu não podia mais discutir.
O
Ver. Engenheiro Comassetto, que havia solicitado, na Legislatura passada, o
desarquivamento deste Projeto por nós proposto em 2004 e que a ele havia
apresentado um Substitutivo, nos propunha discussão em torno dele, mas a
discussão, Ver. Ferronato, não poderia acontecer, porque, ao final do ano que
passou, em 29 de dezembro, já havia encerrado o período de discussão dessa
matéria e já estava no regime de votação, e, ao ser desarquivado, pela
disposição que tem hoje o Regimento - com alguns equívocos que eu acho que
devem ser corrigidos, mas que, enquanto não forem, prevalece o que está escrito
no Regimento - , não nos cabe outra situação senão votar a matéria do jeito que
ela está. E votar a matéria do jeito que ela está é votar primeiramente o
Substitutivo, que tem incorreções, no meu entendimento, que desfigura a nossa
iniciativa, conforme um quadro comparativo que eu havia elaborado para discutir
com o Ver. Engenheiro Comassetto.
Então,
nesse contexto, Ver. Ferronato, encaminhando a votação, com o mesmo temor de
que alguém possa entender que eu estou sendo deselegante com o colega, eu não
posso pedir outra coisa senão, Ver. Valter Nagelstein, a rejeição do
Substitutivo, porque ele fala em isenção, e o meu Professor Airto Ferronato,
fazendário por profissão, sabe bem, e me explicou, que a Lei de
Responsabilidade Fiscal não permite que nós concedamos isenção a quem quer que
seja, a qualquer título.
Então,
nesse contexto absolutamente conflitado para mim, não tenho outro caminho, Ver.
Valter, digno Líder do Governo, senão, inclusive, me curvar às alegações que V.
Exª me trouxe da Secretaria da Fazenda, todas elas dirigidas ao Substitutivo,
porque os fazendários sabem perfeitamente bem que, pelo Regimento, não se vota
Projeto quando tem um Substitutivo: primeiro se vota o Substitutivo; e o
Projeto só será votado na hipótese de o Substitutivo não vingar. Então, não
tenho alternativa, Presidente; se a matéria for à votação - eu tentei fazer com
que ela não fosse, não contribui para o quórum, mas entenderam os colegas de
assim fazê-lo -, fico agora aqui e vou votar contrariamente ao Substitutivo
porque entendo que ele não corresponde às expectativas iniciais do nosso
Projeto. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
163/04 e do Substitutivo nº 01.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero agradecer ao Ver. Reginaldo Pujol,
que, na verdade, poupa o trabalho deste Vereador, quando ele próprio,
proponente, já dá o encaminhamento, que é o encaminhamento do Governo. Mas,
inobstante, Sr. Presidente, permita-me, até por respeito ao Ver. Reginaldo
Pujol e a V. Exas, trazer as razões do Governo.
O Projeto é de 2004, diz a
Secretaria da Fazenda, sendo que, nos anos seguintes, foram efetuadas várias
negociações e concessões ao setor da Construção Civil. Através da Lei do IPTU,
aprovamos a redução da alíquota do IPTU para imóveis em construção com fins de
incentivo. Desde 2003, a Prefeitura, através de decreto, permitiu a dedução de
até 80% da receita bruta a título de materiais incorporados à obra. Na verdade,
sabe-se os materiais representam em torno de 50% da receita auferida. Tal fato
é um incentivo fiscal, pois permite a dedução da base de cálculos superior à
devida. Atualmente, a dedução com materiais é de 60% da receita bruta, sendo,
assim, uma vantagem.Ainda em relação ao ISSQN, o Sinduscon está em discussão
com a Prefeitura no sentido de definir a correta incidência sobre as
construções executadas sob a forma de incorporação imobiliária, se é que é
devido o ISSQN e o ITBI. Tal conclusão resultará em alívio da carga tributária
no setor como um todo. Com relação ao ITBI, a mesma já é contemplada desde a
Lei nº 536, de 2005 - a isenção do imposto para a Caixa Econômica Federal, nas
aquisições de imóveis destinados à implantação de conjuntos residenciais de
Programa de Arrendamento Residencial - PAR.
Então,
isso posto, Srs. Vereadores - e nós temos que votar pelo Regimento, embora eu
compreenda e me solidarize com o Ver. Pujol no sentido de que, talvez, o melhor
fosse nós retirarmos, mas, enfim, o Regimento não mais permite -, a orientação
da base do Governo é pela rejeição do Projeto.
Ainda
em tempo, Sr. Presidente - eu cometi um ato falho, lhe chamei de Prefeito, mas,
sabe-se lá, Freud explica -, eu queria fazer um reparo, de forma muito rápida,
Ver. João Dib. A Verª Maria Celeste, de forma irresponsável - permitam-me que
diga, porque ela fez a acusação e se ausentou do plenário -, suscitou que
Prefeito Fogaça teria utilizado a verba do Senado Federal para cobrir despesas
em saúde. Quero dizer o seguinte: a possibilidade de os ex-Senadores usarem o
Sistema de Previdência do Senado é uma resolução da Mesa daquela Casa com as
seguintes condições: a) os ex-Senadores que não utilizam o sistema público ou que
não têm convênio privado de assistência médica, assim passam a utilizar o
sistema do Senado, para o qual contribuíram. Pagaram durante anos e anos. No
caso do ex-Senador Fogaça, foi durante 16 anos. O ex-Senador, hoje Prefeito de
Porto Alegre, José Fogaça, não usa o sistema público de Saúde e não tem plano
privado, e assinou, quando Senador, o documento que lhe dava direito, conforme
a regra do Senado, de utilizar o sistema de Saúde da Casa para ressarcimento
das despesas médicas. O próprio Senado, por resolução da Mesa, concede aos
ex-Senadores esse benefício. Não há ilegalidade, não há qualquer irregularidade
sequer imoral, antiético - muito antes pelo contrário! Agora, utilizar a
tribuna desta Casa para fazer denúncias? O próprio Sen. Tião Viana, Senador do
Partido dos Trabalhadores, há poucos dias - e podem acessar a Internet -, disse
o seguinte: nós temos que parar com esse denuncismo - denuncismo que falou
exatamente a respeito da utilização das verbas do Senador Tião Viana para
ressarcimento de despesas médicas, diferentemente do uso do celular que ele
emprestou à sua filha, para que fosse viajar para o México.
Então,
por favor, vamos falar de coisas que sejam do interesse da Cidade, e não vamos
fazer denuncismos, denúncias vazias, aqui da tribuna desta Casa. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, em primeiro lugar, quero dizer que a Verª Maria Celeste não está
faltando; ela está em representação da Casa; não se ausentou simplesmente do plenário.
Em segundo lugar, o Ver. Valter Nagelstein acabou saindo da Pauta, falando
desse Projeto. Ninguém disse que era ilegal, mas que, simplesmente, era imoral
ficar usando o dinheiro público do Senado.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Presidente,
uma Questão de Ordem.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu
peço compreensão, Ver. Nagelstein, já que este momento não permite Questão de
Ordem; só se for pertinente à matéria, pois estamos em votação. Como eu acolhi,
eu vou pedir a V. Exª que seja breve, porque eu não poderia conceder a V. Exª,
mas, como eu concedi ao Ver. Mauro Pinheiro, vou conceder a V. Exª, e peço que
seja rápido.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu
tinha cinco minutos de tempo, e, dentro dos cinco minutos que me cabiam, eu
utilizei para fazer a defesa da posição do Governo nessa votação e também para
explicar as razões da denúncia absurda que foi feita aqui. Para dar ares de
moralidade, eles precisam responder sobre a utilização dos recursos da
Presidência da República e os cartões coorporativos.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão
feitos os devidos registros anti-regimentais, mas esta Presidência os acolheu.
O
SR. DR. THIAGO (Questão de Ordem): Eu
queria fazer um Requerimento a V. Exª no sentido de que seja explicitado
exatamente o que nós estamos votando.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): É
o que eu vou tentar fazer agora, Ver. Dr. Thiago. Na orientação de votação,
conforme a mudança regimental, primeiro votam-se as Emendas, e, como há
Substitutivo, primeiro votam-se as Emendas, e depois, o Substitutivo.
Evidentemente, se for rejeitado o Substitutivo, vota-se o Projeto. Alguma
dúvida? Votam-se as Emendas ao Substitutivo.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, a
Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 163/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) São 15 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Não há quórum
para a votação.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h55min.)
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* * * *